Sobre os três carmas
Mundo Ideal 24 de abril SEICHO-NO-IE
Todo início de ano, as pessoas costumam visitar templos xintoístas para orar. Cada pessoa ora por uma coisa, mas não só oram no primeiro dia do ano, pois muitas o fazem para serem aprovadas no exame vestibular. Há muitas pessoas que também oram para a alma dos antepassados, visitando o túmulo deles. Em outros países também, muitas pessoas visitam cemitérios e locais sagrados para orar.
Além dessas ocasiões, há muitas outras em que as pessoas dizem simplesmente “estou orando” ou “desejo orar”. Por exemplo, no jornal Mainichi Shinbun, do dia 31/3/2004, consta a seguinte carta da jovem Missako Kanizawa (16 anos), estudante colegial que mora em Tóquio, Kita-ku:
“Quando me dirigia de bicicleta para o cursinho, aconteceu o seguinte, quando pensava em virar uma esquina. Estando quase na hora do início da aula, pedalava à máxima velocidade. Nisso, veio uma ambulância no sentido contrário, e pensei ‘Vou me atrasar para a aula’, mas, naturalmente, dei-lhe primazia, pois uma vida estava em jogo.
“No momento em que a ambulância virou a esquina, o motorista olhou para mim e me fez um gesto de agradecimento. Nesse instante, pensei ‘Fiz uma boa ação’. Foi um acontecimento momentâneo, mas fiquei tão feliz que ainda guardo aquele sentimento em meu coração.
“E, ao ver o semblante de seriedade do motorista da ambulância, pude sentir, mais uma vez, a importância de salvar vidas. E estou orando para que o paciente daquela ambulância não tenha tido nada de maior gravidade”.
Não se sabe se esta estudante orou juntando a palma das mãos, mas orar é uma declaração da vida, um intenso pensamento. Por isso, não vem muito ao caso juntar a palma das mãos ou tomar alguma outra postura.
Entretanto, como declarar é dizer algo em palavras, utiliza-se da “força da palavra”. E há três categorias de palavras: corporal, verbal e mental.
O budismo denomina-as três carmas. A palavra corporal refere-se às formas e expressões do corpo; a verbal, às palavras pronunciadas ou escritas. E a mental são os pensamentos e tudo aquilo que é de natureza mental, por exemplo, a “força de vontade”.
Portanto, quando a pessoa ora juntando a palma das mãos ou fazendo reverência, significa que está efetuando uma “oração compenetrada”. Fazer peregrinação a algum “local sagrado” também equivale a efetuar uma oração compenetrada e forte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário