29 setembro 2012

HISTÓRIA DOS SENTIMENTOS

HISTÓRIA DOS SENTIMENTOS

Os sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar.


Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde.


A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo,e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear.


O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas nun canto, a entrarem no jogo.


A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a idéia não tinha sido dela,e o Medo preferiu não se arriscar: "Ah,gente, vamos deixar tudo como está", e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.


A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava.


O Otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia,que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.


A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande e ainda queria abrigar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia,porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais.A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo,e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar. Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o AMOR, com os olhos furados pelos espinhos.


A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele,espalhando beleza pelo mundo. Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha. Juntos fazem a vida valer a pena_mas isso nã é coisa para os medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação.

Texto extraído da obra de: Lya Luft pg.47 e 48

Nenhum comentário:

Postar um comentário